Os brutais acontecimentos ocorridos no planeta há cerca de 50 anos modificaram não apenas sua crosta, mas também o modus vivendi de sua humanidade.
Desmoralizadas as religiões e desacreditada a Ciência, o Homem voltou-se para si mesmo, para suas verdades interiores e passou apenas a acreditar em suas próprias experiências pessoais.
Banidos os medos e as superstições, finalmente o Homem como um todo estava pronto para enfrentar as necessárias investigações das leis gerais do Universo.
De racionalistas ferrenhos, os sobreviventes em sua grande maioria, se transformaram em empíricos ferrenhos.
Apesar da internacionalização de todas as terras habitadas, a Confederação dos Remanescentes dos Antigos Povos da Terra governava valorizando a opinião púbica consciente de que as “macro questões” eram problemas de todos: povo e governo.
O modo de agir de ambos havia mudado. O homem comum não mais “discutia” medidas para isso ou medidas para aquilo, simplesmente cada um fazia o que estava ao seu próprio alcance em favor das causas comuns.
O debate racionalista estava extinto. As quedas-de-braço opiniáticas, faziam-se desnecessárias.
E foi nesse contexto social que a Família Auriga chegou a Estranhópolis.
Recolhidos, interrogados, devidamente instalados, só lhes restava viver livremente suas vidas da melhor maneira que pudessem!
Os cidadãos da pequena vila, apesar de nada terem entendido, aceitaram o fato e corajosamente passaram apenas a observar o processo natural do desenvolvimento da nova situação.
Como? Por quê? O que ou quem estaria por trás da iniciativa governamental?
O que não estava sendo levado ao conhecimento público?
O General Rosnado em sua função, observava a casa dos Auriga e o povo, por sua vez observava o General e os Auriga!
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