6/03/2008

Lendas



À meia-luz,
vagando por entre luzes e sombrasde Si-Mesma,

Soterrada nos escombros vivos das lembranças,
Erígone toma os caminhos dos Infernos
na poeira das estradas paralelas.
Cabelos ao vento,
fácies transtornada,
aos gritos a desditosa virgem se pôs a correr!
Alucinação?
Perdida entre o espaço e o tempo,
mergulhada em seu desespero, desliza para as sombras profundas do Não-Ser!
Estarão as imagens dos deuses cravadas na genética dos tempos?
Serão apenas personagens que habitam os limbos de nossa percepção?
Ou participarão de um determinismo inerente à vida?
Em que espaços dispõem e limitam
Suas imagens?
Seu Amado estremece compadecido!
E em toda Terra, o Caos retorna à vida!
Corrompendo petições insólitas de antigas profecias
Unem-se corpo e alma num abraço sagrado!
No êxtase purificatório do amor entre deuses e mortais
Todas as paixões e antigos medos pareceram romper suas crostas endurecidas
e se revelam.
Nos Céus Zodiacais, nasce a grande constelação de Virgem!
Nem Dionísio em toda a sua loucura experimentara por inteiro a cegueira
Capaz de conduzir aquela Alma a todo tipo de extremos
Que se assistiria dali para frente.
Eterno em seu movimento,
Um novo ciclo emerge das dobras do Tempo.
Arrojada,
A filha de Icário
É lançada a Novos Céus e a Novos Infernos!